sábado, 22 de novembro de 2008

A vida por trás da cortinas


A vida por trás da cortinas

Abrem-se as cortinas, o espetáculo começa, os artistas em cima do palco tiram emoções e sensações diferentes da platéia; risadas, lágrimas, aplausos. Passa-se meia, uma, uma hora e meia, acaba o espetáculo, a platéia aplaude estrondosamente, fecham-se as cortinas, o público sai, do lado de fora os comentários são diversos , comentam sobre os atores, música, iluminação. Alguém lembrou de comentar sobre quem estava operando a luz, o som ou ainda quem teria feito maquiagem, figurino e cenário? Será que passa pela cabeça dessas pessoas a vida por trás daquelas cortinas? Será que fazem idéia de todo o trabalho, de todo o caminho percorrido até que se abriu as cortinas?
Pois é, um espetáculo não é feito, não acontece somente a partir do momento em que se abrem as cortinas, há todo um trabalho, uma preparação, seja horas ou meses antes. Há diversas pessoas por trás daquelas cortinas, pessoas essas que não aparecem para a platéia e que muitas vezes são esquecidas por esta. Pelo fato de não aparecerem ou pelo fato de se trabalho não ser importante? Prefiro acreditar que seja pelo fato de não se aparecer diretamente para a platéia; pois seu trabalho, não só é importante, como também muito valioso, que merece e deve ser lembrado, respeitado e reconhecido. Pessoas essas como por exemplo figurinistas, maquiadores, diretores, técnicos de luz e som, entre outros. Pessoas que, se não estivessem ali se dedicando, não existiria espetáculo, pois os atores não teriam roupas, maquiagens de acordo com o que se pede o espetáculo, não teriam cenas que se interliga-se entre si, não teriam efeitos de luz e som.
Há ainda meses de preparação, de ensaios, adaptações, exercícios, para que na hora esteja tudo em perfeita ordem. O trabalho não começa quando abrem as cortinas e não termina quando as mesmas se fecham. Depois disso ainda há trabalho, da limpeza do local, até novos ensaios.
Um espetáculo, nunca aconteceu, não acontece e nunca vai acontecer nesse espaço tão curto de tempo. Vale lembrar aqueles da platéia, que só valorizam aquelas pessoas que estão no palco durante aquele tempo de uma hora e meia, pessoas essas chamadas de atores. Existe mais gente por trás disso tudo e que essas pessoas juntamente com seu trabalho fazem toda a diferença, tem um papel tão importante quanto os atores. Essas pessoas egoístas da platéia devem ter em sua consciência que, meses antes daquelas cortinas serem abertas, já existia todo um trabalho e preparação envolvendo vários profissionais, devem ainda saber que, por trás daqueles atores, há pessoas com seus trabalhos de alto valor, seja o faxineiro ou o diretor do espetáculo.
Dê valor a todos os trabalhadores e pessoas, pois no teatro e/ou espetáculo da vida, você poderá estar como ator, mas também poderá estar como aquela pessoa que apenas abre e fecha as cortinas, e estando onde esteja, você vai querer respeito e reconhecimento por você e pelo seu trabalho.
(Everton Rodrigues)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Só a vocação basta?


"A técnica de qualquer arte, é por vezes, suscetível de abafar, por assim dizer, a centelha de inspiração num artista medíocre; mas a mesma técnica nas mãos de um mestre pode avivar a centelha e convertê – la numa chama inextinguível." (Josef Jasser)


Só a vocação basta?


Muitas pessoas já nascem com vocação para uma ou várias áreas da arte, e que acreditam que apenas a vocação é o suficiente para seu sucesso e sua carreira sólida. Acreditam não precisar de ensaios nem de aprofundamentos, acreditam saber tudo e mais que todos. Mas será que só a vocação é o suficiente, será que está pessoa que "renega" as melhorias vai conseguir acompanhar a evolução e novas técnicas da arte, será que em determinado momento ela não vai ficar "fora de moda"?
Só a vocação pode ser suficiente no começo, quando todos acham que tem um talento enorme, mas o tempo passa, novas técnicas vão aparecendo e você enferrujando, não aprende coisas novas e nem aperfeiçoa o que já sabe. Em quanto outros artistas estão aperfeiçoando e criando experiência, você esta ali na mesmice.
Enquanto um artista do alto gabarito, tenta melhorar cada vez mais e se aperfeiçoar, um iniciante pelo simples fato de ter talento, acha que não é preciso fazer mas nada.
Enquanto artistas iniciantes, acham exercícios e técnicas bobas, acham que estão melhores do que aquilo, que aqueles exercícios para ele já não funciona mais, artistas profissionais e experientes, aproveitam cada exercício como se fosse o único e como se sua carreira dependesse disso, tiram o máximo de cada experiência, de cada exercício, de cada trabalho, mesmo que esse seja um simples mexer com o dedo, eles transformam em algo mais prazeroso e esplêndido.
Artistas experientes sabem que um simples mexer com o dedo hoje, pode ser a construção de um grande personagem amanhã, enquanto um artista medíocre, só conseguirá enxergar um dedo se mexendo.
(Everton Rodrigues)